terça-feira, 28 de julho de 2015

Dramas da Obsessão - A Severidade da Lei - Capítulo I

Yvonne do Amaral Pereira
Ditado pelo Espirito de Adolfo Bezerra de Menezes

A Severidade da Lei

“Digo-vos, em verdade, que daí não saireis enquanto não houverdes pago o último ceitil. ”
(MATEUS, capítulo 5, versículos 25 e 26.)

Certa vez, durante uma reunião do mundo invisível, levada a efeito por brilhante Falange de instrutores espirituais afeitos a melindrosas tarefas de reeducação entre os homens terrenos, um dos eminentes delegados presentes (28), que apresentara extenso relatório acerca do aflitivo desajuste moral e social em que se debate a Mulher, na Terra, segredou-me em particular, após cumprida a missão de congressista e quando eu o felicitava pelo magnânimo empenho de bater-se pelo movimento de socorro espiritual à mulher, num congresso da Espiritualidade:

— Dizei aos vossos leitores terrenos, meu excelente irmão, vós que gostais de praticar literatura mediúnica, algo que desperte a Mulher para os superiores anelos do Espírito... conservei sempre, em meu coração, uma profunda estima, um profundo respeito e uma sincera compaixão por essa alma sacrificada na condição feminina, que palmilha sendas rodeadas de abismos sem se dignar neles reparar para evitar quedas irreparáveis... Eu quisera poder ajudar a Mulher a remover dos seus destinos os contratempos que a deprimem!

— Louvável o vosso intento, meu caro amigo... e impossível será a mim negar colaboração a tão enternecido alvitre. Na Doutrina do Consolador, efetivamente, encontrará a Mulher o estímulo que lhe há faltado para uma eficiente evolução moral, o amparo regenerador que a levará a vencer a si própria, dominando os arrastamentos das paixões primitivas, e glorificando-se, quer como companheira do homem, durante os aprendizados terrestres, quer como Espírito, essência divina!
Praza aos Céus, oh, sim, meu amigo, que, ingressando no seio dessa redentora Doutrina, possa a Mulher inspirar-se e reanimar-se definitivamente, saciando-se naquela Água Viva oferecida pelo Cristo à Samaritana, a fim de aplicar suas preciosas energias a serviço do Bem, para o advento da Luz na sociedade terrena...
— Respondi eu.
Em homenagem à Mulher, pois, e atendendo ao amorável convite daquele generoso amigo da Espiritualidade, ditarei aos meus leitores terrenos um episódio da vida real por mim observado em seus mínimos detalhes, onde dois vultos femininos se apresentam como padrões dignos de meditação.
De tudo quanto venho observando nestas últimas décadas da sociedade terrena, em torno dessa criatura gentil, cujo coração é generoso e amorável, mas discricionário; simples, mas ignorante; heroico, mas arbitrário; dedicado, mas inconsequente, uma cláusula preponderante se eleva entre todas: — será necessário que a Mulher pense mais no Ideal do que nas realidades mundanas; mais no Espírito que a anima e o qual há de marchar para a Luz, através de labores evolutivos sem limites, do que no sexo; mais em Deus do que no homem, que lhe tem arrebatado todas as mais formosas e dignificantes preocupações. 

Que ela saiba que possui valor próprio para vencer, sem necessidade de se escravizar ao sexo. Que compreenda que a Lei da Criação lhe conferiu capacidades elevadas para os mais formosos feitos do Espírito! E que, portanto, se liberte quanto antes do ignominioso servilismo que a mantém escravizada aos sentidos, estiolando suas preciosas faculdades à beira de influenciações bastardas, a serviço dos instintos masculinos, quando suas aspirações antes deverão obedecer às realizações do ideal divino! Que medite em que, antes de ser Mulher, já era entidade espiritual destinada ao triunfo da imortalidade, e que, por isso mesmo, persistem nela, como sempiterna origem, as essências de um Deus Criador, que assinalou a sua individualidade com as mais sublimes expressões da possibilidade! 

Que ela se detenha, pois, nas aspirações bastardas que o mundo gerou ao contato das paixões inferiores, e asseste essas mesmas poderosas capacidades para as aspirações superiores, únicas que lhe fornecerão o brilho das virtudes, sem o qual não logrará a reabilitação de que tanto carece a sua mesma reputação entre aqueles homens e Espíritos das camadas inferiores da Moral —que a perseguem com odiosos desrespeitos, valendo-se da manifesta indiferença dela por si mesma, para a impelirem a quedas de que, geralmente, só a asperidade dos séculos a libertará!

A presente história, prendendo-se igualmente ao tema desta obra — a obsessão ignorada, que assola a sociedade indiferente aos deveres da Moral —, não é uma ficção literária com intuitos de doutrinação em torno de caracteres femininos, em moldes aprazíveis de romance, mas sim o fruto de observações extraídas de minha clínica médica espiritual, as quais me ficaram arquivadas na mente como recordação inapagável, esperando eu ocasião propícia para difundi-las em ensinamentos aos corações de boa vontade. 
Despertemos, pois, as recordações adormecidas entre os refolhos mentais e passemos, uma a uma, as suas páginas à frente do paciente leitor...

(28)Léon Denis.

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